Se machucar fisicamente faz parte, assim como emocionalmente também. Mas o que dói mais: um machucado no dedo ou sentir saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais? Ambas doem, mas o que mais dói é a saudade. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade de uma pracinha da infância. Saudade da pessoa amada, do cheiro, do beijo, do abraço. Sentir saudade da presença, até mesmo da ausência consentida. Não precisa se vê todo santo dia, até porque tu sabes que no outro dia ele/ela estará lá. Ele pode ir ao centro e você ficar em casa. Você ir dormir e ele ficar na sala assistindo mais um pouco de TV. Nada de tão grave assim, até aí. O problema é quando o amor de um acaba. O que resta ao outro é a saudade que ninguém sabe como deter. Pois a saudade mais dolorida é a saudade do que se sabe que não se tem mais.
Saudade é não saber. Não saber se ela continua assistindo a novela das oito e ele o futebol das quartas-feiras. Se ele ainda usa a camisa que você deu. Se ela aprendeu a estacionar o carro direitinho na garagem, assim como ele lhe ensinou. Se ele ainda prefere uma nega maluca, ou então, um bolo de baunilha. Se ela continua dançando e ele escutando Bon Jovi. Se ele continua pensando nela e se ela continua lhe amando. É não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ele está com a fulana, se ela está mais feliz com outro, se ele está mais bonito e ela mais romântica. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, mesmo sem querer: sentir saudades e doer.
Ao som de: Skid Row - I Remember You ♪♫
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